
por Felipe Carrilho
Lendo o livro "Veneno Remédio - o Futebol e o Brasil", do professor da USP e músico José Miguel Wisnik, deparei-me, logo no início, com a formulação da seguinte problemática:
O leitor a quem se dedica este livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro.
Sem esquecer da modéstia deste nosso projeto em relação à obra do professor, acho que o nosso blog demonstra claros sinais de sofrer também as consequências deste nó em que se localiza o futebol no Brasil.
Está certo que o objetivo original do veículo de a partir do futebol, promover reflexões a respeito do conjunto da sociedade e de suas manifestações políticas, artísticas, culturais etc não é lá muito modesto e talvez explique a baixa e decadente publicação de novos textos. Mais do que isso, quiçá justifique a tímida repercussão que os temas aqui propostos provocam junto aos ainda possíveis leitores. A nula repercussão que este artigo proporcionará será uma prova cabal e trágica desta maldição.
Entretanto, o maior drama deste blog talvez esteja contido na formulação a seguir de Wisnik. Espero que não.
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só.
Que baixo astral, mano. A começar pela foto. Mas eu acho que existe um público interessado nas implicações sociais do futebol. O maior problema, pelo menos pra mim, é encontrar essa relação cotidianamente. Mais não deixo de me incluir entre aqueles que acabam vivendo o futebol, em alguns momentos, sem qualquer tipo de reflexão, desprovido de racionalidade.
ResponderExcluirAbraço
Sim, bicho, eu também sofro de "acriticidade" às vezes quando estou envolvido com o futebol.
ResponderExcluirE o drama continua. hehe
Abraço.
Olá. Gostaria de saber se existe a possibilidade de colocarem um banner ou um link do PortalCorinthians.com no blog.
ResponderExcluirAguardo uma resposta,
Glauco (gmarcon2008(arroba)escolasesc.g12.br)
gostei pra valer deste teu blog e vou participar sempre pois coisa boa tem que ter bis, o meu blog e andersonocronista.blogspot.com e deixe seu comentário
ResponderExcluirTodos os dias, cresce os interessados pelos olhares mais críticos do futebol. Felizmente. Mas, a paixão não desaparece. Felizmente, também.
ResponderExcluirO Futebol - e pessoalmente acho que por se tratar de sucesso ou fracasso - nos dá essa impressão de que ou ele não importa, ou nada além dele importa.
ResponderExcluirEle ora é instrumento de politização (daí alguém vai questionar, e eu responderei com Flavio La Selva em 1969 ou mesmo com Doutor Sócrates em 82), ora é instrumento de alienação (vide a atual campanha de marqueting roxo ou até da máscara da jéssica; e questionariam, o que tem a ver com alienação? Tudo, digo eu: marquetim sai do Futebol, e trás o consumidor, que não é Torcedor).
Fato é que o Futebol de verdade morre quando existem consumidores e não mais os Torcedores. São os Torcedore que se preocupam com o aspecto que busca este blogue, na minha opinião. Mas muito pouco de Futebol vemos, hoje, no próprio Futebol.
E, na verdade, acho até que não é o Futebol que se manifesta na cultura, mas o contrário.
E, assim, vemos que a culpa é da cultura. Não é só o Futebol que se acaba nessa alienação, como a sociedade inteira em todos os setores...
Enfim, isso iria longe, melhor parar por aqui...
Abraço
Sim, Filipe,
ResponderExcluirAcho que é impossível não estarmos de algum modo profundamente inseridos nessa sociedade do consumo, em que o futebol se tornou um dos elementos centrais. Mas o que veículos como os nossos blogues buscam, imagino, é fomentar uma espécie de ação crítica no consumo do futebol e na prática do torcedor.
Abraço.