sexta-feira, 30 de julho de 2010

Futebol: uma janela para o Brasil



Esta é a capa do livro que vou lançar. Em breve, teremos a data do lançamento.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Programa 100 anos de história, XIV



Um programa imperdível a respeito das relações entre o Corinthians e o também centenário mestre Adoniran Barbosa.

*****100 anos de história - 14ª Edição - Parte 1


*****100 anos de história - 14ª Edição - Parte 2


*****100 anos de história - 14ª Edição - Parte 3

Programa 100 anos de história, XIII

*****100 anos de história - 13ª Edição - Parte 1


*****100 anos de história - 13ª Edição - Parte 2

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cinco breves comentários sobre a Copa

por Felipe Carrilho

1- Vuvuzela é legal. Parece-me que as críticas da classe média brasileira ao instrumento não passam do velho preconceito elitista e eurocêntrico que a caracteriza. Vamos sugerir apresentações de orquestras sinfônicas nos monumentais estádios que serão construídos no Brasil para a Copa de 2014.

2- O mesmo preconceito está na maneira como a imprensa tratou as reclamações dos jogadores sobre a famigerada bola oficial que, de fato, é muito ruim. "Quem esse bando de analfabetos pensa que é para reclamar de uma bola feita por uma empresa de material esportivo tão competente?" era a indignação mal-velada pelos cronistas. E quem irá negar que as curvas traçadas pela gorducha eram mero produto do acaso, das variações da resistência do ar ou algo do gênero, e não dependiam da destreza ou habilidade do jogador que desferia o chute? Nessa Copa, o efeito foi na verdade um defeito. O lado bom é que alguns jogos enfadonhos saíram do 0 a 0.

3- Vejo com desconfiança o crescimento de uma espécie de "argentinismo" entre os torcedores brasileiros, que ficou bastante evidente nesse mundial. Diversas matérias foram exibidas pelas mídias do país em que conterrâneos declaravam o seu amor pela seleção dos hermanos. Admiro o futebol argentino e o jogo que caracteriza a seleção que o representa, mas não acho que nossos vizinhos sejam mais apaixonados pelo futebol do que os brasileiros. São mais dramáticos, certamente. Além disso, a composição racial da seleção brasileira, se não resolve o problema do racismo em nosso país, ao menos é o que mais se aproxima da realização, na cultura popular, do que gostaríamos de ter no plano social, uma nação em que a diferença representa o seu principal trunfo. Por isso prefiro o futebol brasileiro.

4- A Copa de 2010 foi um palco privilegiado da superstição, e Maradona, Mick Jagger e o polvo Paul foram os seus principais protagonistas, cada um ao seu modo. Algo paradoxal em um mundo tão pragmático e afeito à frieza matemática dos negócios. Até o técnico alemão Joachim Löw, da Alemanha filosófica e do materialismo histórico de Karl Marx, rendeu-se ao poder metafísico de sua camisa azul. O futebol, apesar dessa modernidade toda, parecer nos colocar em contato com o sagrado primitivo, de um tempo em que jogo e religião confundiam-se.

5- A final da Copa foi melancólica para os brasileiros, mesmo com as emoções provocadas por um gol de título feito no segundo tempo da prorrogação. A Holanda tem um time competente, com alguns bons jogadores. A Espanha é e foi superior na partida e mereceu a vitória. Mas acho que ambas as seleções, juntas, não estão à altura de uma final de Copa do Mundo. E talvez esse último comentário seja resultado de uma simples dor-de-cotovelo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Programa 100 anos de história, XII

*****100 anos de história - 12ª Edição - Parte 1


*****100 anos de história - 12ª Edição - Parte 2

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Uma questão de conceito

por Maurício Rodrigues Pinto

Ao desembarcar no RS e ser recepcionado por um pequeno grupo de torcedores que o aplaudiu, Dunga, ainda técnico da Seleção Brasileira, deu uma curta entrevista coletiva.
Em muito pouco lembrava o sujeito destemperado e agressivo de outras coletivas. Exibia orgulho pelo trabalho realizado a frente do escrete.
Normalmente, ele fala obviedades, clichês, isso quando não fala grandes absurdos. Mas, em meio as explicações sobre a desclassificação e o seu futuro profissional, Dunga falou algo que me soou muito interessante. Externou a sua preocupação em formar uma seleção que pudesse se identificar com o torcedor, o trabalhador do dia-a-dia:

“A sensação é de que um pedaço de nós ficou na África do Sul. As coisas estavam correndo bem, mas o futebol é assim. Pelo primeiro tempo que o Brasil tinha jogado, parecia que íamos passar. Na bola parada, que era um dos nossos fortes, acabamos sofrendo o gol. Mas a população viu o nosso trabalho. Tínhamos projetado resgatar esse amor à Seleção Brasileira, formar uma Seleção parecida com o povo, trabalhadora. Em alguns momentos, tivemos que ser mais duros, porque era necessário para proteger a Seleção”

Por trás desse comentário, Dunga evidencia aquilo que imagina ser a essência do futebol brasileiro, um “futebol operário”. Esse é o seu conceito de futebol brasileiro, mas parece-me um ponto de vista equivocado.
Para o brasileiro, o jogo de futebol é um momento de exceção em meio ao seu cotidiano. O futebol não é encarado como trabalho. É prazer, é lúdico, representa o momento de extravasar a magia e a fantasia reprimida.
Diferente de outras culturas, o brasileiro não quer ver um time de operários cumpridores de suas obrigações. O que constitui a identidade do futebol brasileiro é justamente o improviso, a falta de compromisso, o individualismo, exatamente o oposto do ideal de padronização que constitui o ideário do universo do trabalho.
Por tudo isso, fico com a sensação de que além de não ser uma seleção vencedora, essa é uma seleção que vai ser relegada ao ocaso, pois pouco emocionou e cativou ao torcedor brasileiro. Se vencesse, tudo seria diferente. Como perdeu, a principal reação que a Seleção vai despertar é a indiferença. Prova disso está no baixo número de pessoas que se dispuseram a ir aos aeroportos receber a assustada delegação verde-amarela.