segunda-feira, 1 de março de 2010

Relembrando 2002...



por Maurício Rodrigues Pinto

Ontem, vendo o jogo Corinthians e Santos, me senti voltando no tempo. Era como se estivesse em 2002, vendo um dos confrontos entre Corinthians e Santos.
Só para recordar, no segundo semestre de 2002, Corinthians e Santos jogaram quatro vezes. O Santos venceu as quatro com franca superioridade. O Corinthians, no primeiro semestre de 2002, havia ganhado os títulos do Rio-São Paulo e Copa do Brasil e contava com a mesma base para a disputa do Brasileiro. Era tido como o melhor time do Brasil do momento. O Santos havia demitido Celso Roth e contratado o técnico Leão com a incumbência de formar um que contava com atletas “renegados” e apostas da categoria de base.
Antes do Brasileiro, em um amistoso na Vila Belmiro, o Santos ganhou do Corinthians por 3 a 1. Lembro que foi o último jogo do Ricardinho pelo Corinthians, antes da sua transferência para o São Paulo. Mas o mais relevante daquele jogo que ali se esboçava o time comandado pelos “meninos da Vila” Diego e Robinho – naquela época Diego, um ano mais jovem, tinha muito mais cartaz.
O resto dessa história é muito bem conhecido por todos e teve como momento ápice as pedaladas de Robinho ante um perdido Rogério (é curioso pensar que esse lance marcou tanto Rogério, que ele nunca mais conseguiu jogar em alto nível).
Pois bem, vendo o jogo de ontem reportei-me para 2002. O Santos, time insinuante, de vocação ofensiva e futebol vertical, novamente, liderado por meninos. Ganso e Neymar, as jovens promessas santistas do momento, são craques muito bem assistidos por jogadores medianos. Exemplo disso, ontem, a bela partida de Marquinhos. O Corinthians, equipe experiente, que, esse ano, pratica um futebol mais baseado na posse e troca de bolas. Nos dois jogos que o time tinha feito este ano (sim, efetivamente o Corinthians só jogou esse ano contra Palmeiras e Racing), jogou dessa forma. Mas ontem a forma de jogar corinthiana não se impôs ao futebol santista.
O Santos nem fez a sua melhor partida, não mostrou o futebol deslumbrante de outras partidas. Mas parece ser um time que consegue aliar a magia à competitividade. Neymar, parecia ter murchado com o pênalti perdido, mas foi preciso ao converter o primeiro gol (matada no peito e conclusão perfeitas) e ao dar assistência para André fazer o segundo - outro jovem da base que joga ótimo futebol. Ganso, se não foi brilhante, mostra ser um senhor jogador, conseguindo fazer bem todas as funções do meio-campo santista.
O time do Corinthians, durante boa parte do jogo, parecia perdido, com os nervos a flor da pele. Por mais que a atuação do juiz tenha sido ruim, impedindo que o jogo fluísse, o descontrole e as reclamações foram exageradas. Fico com a impressão de que tal destempero foi motivado muito mais pela incapacidade de conseguir conter o futebol santista. Deve ser ressaltado o bom futebol jogado por Dentinho, as defesas de Felipe e o brio da equipe que, em momento algum, desistiu ou deixou de lutar. Tanto que, com dois a menos, teve chance claríssima de empatar, mas Tcheco foi (muiiiito) infeliz na conclusão.
É muito provável que outros confrontos importantes entre essas duas equipes aconteçam em 2010. A minha expectativa é de que as semelhanças com 2002 desapareçam nos próximos confrontos. Mas confesso um certo alívio por ver que este Santos não disputa a Libertadores deste ano...

6 comentários:

  1. Se o Cristian estivesse lá, tinha dado uns safanões naquele bando de pagodeiros mirins.
    Achei que o Corinthians entrou em campo desprezando o jogo. Só acordou no segundo tempo. E a expulsão do babaca do Roberto Carlos foi injusta.

    Abraço.

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  2. Concordo que o Santos jogou melhor, principalmente no primeiro tempo. E que em alguns momentos o Corinthians perdeu a calma. Mas o juiz, que é péssimo, foi extremamente caseiro e usou dois critérios (vide a entrada do Ganso no Ronaldo, admitida pelo próprio depois no jornal Agora, e a expulsão do Roberto Carlos), o que acabou contribuindo muito para o nervosismo do Corinthians. E discordo um pouco do texto aqui e do comentário da maioria dos jornalistas: se o Santos, o melhor time do momento, jogando em casa, com jogadores a mais, com arbitragem a favor, só não sofreu o empate porque o Tcheco errou a cabeçada, alguma coisa está meio estranha, não? Acho que, no final, o Corinthians não tem que ficar tão preocupado assim.

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  3. O Corinthians nunca ganhou um clássico com esse juiz apitando. Ele acabou com o time, que realmente vinha mal, amarelando todo o setor defensivo. Ele devia ter expulsado o Neymar quando ele driblou o Felipe, após marcado o impedimento. Mas, tamanha era a desfaçatez, quem foi punido com amarelo foi o próprio Felipe, por reclamação. Enfim, o Corinthians jogou mal mesmo, mas concordo com o Sérgio. Se o Santos deita e rola como falam, porque quase empatou em casa com dois a mais?
    Acho que ainda é preciso ter calma, para ver se o Mano ajeita esse time, que tem boas peças em mal momento, vide a atuação de Jorge Henrique e Alessandro no domingo.
    Abraços

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  4. Em tempo, rachei o bico aqui com a expressão: "pagodeiros mirins", hahahahha

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  5. Maurício, só para lembrar, aquele time de 2002 não conquistou a Libertadores. Na final a molecada fez uma baita lambança (o Paulo Almeida dando cartão para o juiz foi cômico), o que não garante nada para esses "pagodeiros mirins" (boa, Felipão). O santos ganhou do Mirassol pelo apertado placar de 2x1, venceu o Naviraiense por apenas 1x0 e, no clássico de domingo, não fosse pelo desrespeitoso lance do neymar no Chicão, a imprensa não teria tanto assunto assim. Eles não apresentaram essa superioridade toda. Se é para relembrar, vamos relembrar 2009 quando o Timão não só vencia, como conquistava objetivos e títulos. Saudações Alvinegras.

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  6. Maurício causando sem querer, hehehe, me divirto...

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