segunda-feira, 26 de abril de 2010

O prazer do gol

por Maurício Rodrigues Pinto

É atribuída a Romário a frase em que compara o gol ao orgasmo. Não sei se ele disse isso mesmo, mas, de fato, o gol representa um dos momentos mais sublimes do futebol. Seja em uma partida profissional ou em uma pelada de rua. E quando esse gol é um golaço ou um gol decisivo, a sensação de prazer é muito maior.
Muita gente critica os garotos santistas de falta de espontaneidade no momento de comemorar um gol. Eu discordo, acho que as danças e coreografias revelam uma faceta da alegria que o time demonstra ao jogar futebol.
Mas, para mim, nenhuma comemoração de gol no ano supera a do ótimo jogador holandês Arjen Robben, principal destaque do Bayern de Munique na campanha do time na Liga dos Campeões.
O gol marcado por Robben tem os dois atributos citados acima: golaço e decisivo. A comemoração é quase que minimalista. Não há gestos, movimentos espalhafatosos. Mas na expressão e nos gestos do holandês estão presentes a surpresa por ter acertado um voleio com rara felicidade e um indisfarçável (porém sutil) ar debochado diante da grande maioria de fanáticos torcedores do Manchester United.
Cabe dizer que o gol valeu a classificação do Bayern à semi-final da Liga dos Campeões, eliminando a equipe que era tida como uma das principais favoritas. Isso sem contar que representou uma vingança à derrota sofrida pelo Bayern nos segundos finais na final da Liga de 1999.

O gol e a comemoração de Robben:

Agora quem dá a bola é o Santos



por Maurício Rodrigues Pinto

Há tempos penso no que escrever e dizer sobre o atual time do Santos. Esbocei algumas linhas depois da vitória do Santos sobre o Corinthians, por 2 a 1. Comparei esse time ao de 2002, que também superou o Timão na final e que revelava dois garotos com status de craques: Robinho e Diego.
Quase oito anos depois, o Santos forma um time que também tem como principais referências dois garotos formados na categoria de base do clube, Neymar e Ganso. Coincidentemente, um atacante driblador e um meia armador clássico.
Em meio a tantas coincidências, um dos grandes diferenciais do time atual está no banco de reservas. Dorival Junior é um treinador muito bom. Em pouco tempo, conseguiu armar um time competitivo, ofensivo, que joga de forma vertical e concilia essas características a um jogo vistoso, alegre. Não sei se a decisão foi consciente, mas diferente de técnicos como Muricy – que mesmo contando com jogadores de qualidade, habituou-se a simplificar ao máximo a forma de jogar de seus times em nome das vitórias –, Dorival mostra que sabe como explorar as características e qualidades dos jogadores que tem a disposição.
Mais do que isso. Reconheceu que Ganso e Neymar são jogadores de nível bem diferenciado, deu a confiança e o respaldo necessários para que os dois jovens assumissem a responsabilidade de serem os líderes do time. Daqueles capazes de transformar e elevar o rendimento de jogadores tidos como medianos.
Mesmo com a chegada do maior ícone do time de 2002, a estrutura manteve-se consolidada e Robinho soube que nesse grupo lhe cabe, no máximo, o papel de (ótimo) coadjuvante.
Em meio a times que fazem um placar e preferem se “poupar”, segurando o resultado conquistado, a versão 2010 dos “Meninos da Vila” busca, a todo o momento, jogar futebol, o que pode ser notado tanto nas derrotas, como nas goleadas. As vezes joga tanto que a preocupação do adversário limita-se em tentar frear o volume da equipe santista. A cada gol marcado, a cada drible, jogada ofensiva, o Santos faz desabar a confiança de adversários.
O placar de 3 a 0 refletiu a diferença que existe no momento entre os times de Santos e São Paulo. Os gols saíram apenas no 2º tempo, mas durante todo o jogo, a equipe santista jogou buscando não só a vitória. Não se conformou com a vitória já garantida. Seguiu pressionando, seguiu marcando, seguiu buscando gols, enfim, seguiu jogando futebol.
No cenário atual marcado pelos discursos de “especialistas da bola” sobre o condicionamento físico dos jogadores, rodízios, esquemas táticos, entrosamento do time, planejamento para a temporada, profissionalismo em campo, a principal contribuição desse time do Santos dá ao atual futebol brasileiro é a de colocar em xeque alguns desses “mitos”. É fazer do futebol um jogo alegre (e porque não, irreverente), jogado de forma intensa durante os seus 90 minutos. A forma de jogar a qual o brasileiro estava quase se desacostumando. Mas que, infelizmente, não será o que veremos na África do Sul, representando as cores brasileiras.

Ps.: Para mim, que não sou torcedor santista, a conquista de títulos tem muito pouco peso nessa minha análise. Na minha opinião, esse Santos já deixou o seu legado para o futebol brasileiro. Exceto os lances proporcionados pela dupla Romário e Bebeto, o gol de falta de Branco e a decisão por pênaltis na final, será que é possível lembrar de muitos momentos marcantes da Seleção em sua campanha na conquista da Copa de 1994? E porque será que lances e lances da seleção de 1982 povoam até hoje o imaginário, mesmo daqueles que não viveram ou viram aquela Copa?

Ps. 2: O texto foi redigido no sábado, mas estou o postando na segunda, depois da primeira partida da final entre Santos e Santo André. Não vi o jogo, mas posso afirmar uma coisa: o Ganso é craque! Diferenças a parte, ele me lembra o Zidane, na capacidade de faz lances geniais, como se não fizesse muito esforço, com uma simplicidade absurda. No primeiro gol, ele supera três adversários sem dar um drible sequer e coloca a bola na cabeça de André.

Programa 100 anos de história, III

Nesse programa, analisamos as relações entre São Jorge, o santo guerreiro, Ogum, o orixá da guerra, e o Corinthians.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Programa 100 anos de história, II




Uma história do futebol, dos primórdios até a formatação inglesa no século 19. O surgimento do Corinthians e seus significados para a trajetória desse esporte no Brasil.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Programa 100 anos de história, I

Sábado passado (03/04), tive a honra de participar do programa "100 anos de história", da Rádio Coringão. Os idealizadores do projeto são o Ginaldo Vasconcelos e o Filipe Gonçalves.
Neste programa, um pouco do que representa o "Corinthianismo", a "Mística Corinthiana".