domingo, 10 de maio de 2009

Campeonato Nacional de Futebol em São Paulo


por Rui de Castro

Mais uma vez volto a falar sobre a final do Campeonato Paulista de Futebol, para mostrar o que, ou quem, se representa nos gramados paulistas, apenas nos paulistas, porque se fossemos falar dos campos brasileiros teríamos muito, mas muito, assunto.

Os estádios de São Paulo recebem jogadores de todos os Estados do Brasil, e até de fora do País. Aí talvez esteja um dos grandes aspectos da atração e da magia do futebol. Dentro de campo não existem diferenças, não interessa se o jogador veio do Sul, o paulistano vai torcer por ele como um louco, com todo o fanatismo que este esporte bretão permite.

Na final entre Corinthians e Santos, grandes foram os destaques dos dois lados. A disputa era paulista? Isso não impediu em nada os avanços do carioca Madson (Volta Redonda/RJ), que parou nas mãos do também carioca Felipe, que foi revelado pelo time baiano do Vitória, assim como o Fábio Costa, este sim baiano de Camaçari.

Se um grande clube começa por um grande goleiro, a Bahia nos mandou dois de uma vez para a final, o que nos permite enviar um pedacinho desse troféu para lá.

Mais destaques? Pela lateral direita do Corinthians, o paranaense Alessandro (Assis Chateaubriand/PR) nem queria saber se a bola iria encontrar o carioca de Bento Ribeiro, Ronaldo, ou o de Resende, Jorge Henrique, ou mesmo o mineiro Cristian (Belo Horizonte/MG), o importante era o gol. Nisso todos tinham o mesmo sotaque.O eficiente santista Germano (Toledo/PR) não pedia a certidão de nascimento antes de tocar a bola para o maranhense Kleber Pereira (Peri-Mirim/MA).

Se, na semifinal, os quatro grandes clubes de São Paulo estavam presentes, trouxeram a campo grandes jogadores de todo o Brasil. Pelo São Paulo, a bola passava pelos pés de Hernanes (Recife/PE), de Borges (Salvador/BA), de Washington (Brasília/DF) e pelas mãos de Rogério Ceni (Pato Branco/PR). Do lado do Palmeiras disputaram a redonda Diego Souza (Rio de Janeiro/RJ), Keirrison (Dourados/MS), Cleiton Xavier (São José da Tapera/AL), dentre outros.

Sem injustiças, apenas por questões de espaço do blog, muitos não serão citados, mas estão aí escrevendo suas histórias, ajudando a escrever a história dos clubes, grandes ou pequenos. Esse é um grande “barato” do futebol: as cores das camisas e das bandeiras mudam, mas nos treinos, nas concentrações, nos vestiários e nos gramados, todos são, acima de tudo, brasileiros. Não discriminam sotaques, nem origens; nos campos, o Brasil não se coloca contra o Brasil, antes caminha lado a lado, pelas laterais, pelo meio, pelo ataque para fazer mais brasileiros felizes.
Hoje a taça repousa na sala de troféus do Parque São Jorge, mas poderia estar em qualquer lugar desta Nação.

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