
sexta-feira, 27 de março de 2009
Caminhos cruzados: Casão, Ronaldo e o Corinthians

quarta-feira, 25 de março de 2009
A tragédia do Brasil

Honra ao ídolo
terça-feira, 24 de março de 2009
Jornalismo esportivo covarde ou imprudente?

segunda-feira, 23 de março de 2009
Ponderações corintianas sobre o clássico contra o Santos

O técnico venceu finalmente o seu primeiro clássico, após quase um ano e meio à frente do clube do Parque São Jorge. O êxito se deveu não apenas à fragilidade do time do Santos frente aos outros grandes paulistas, mas também à coragem demonstrada pelo treinador corintiano na montagem ofensiva do esquema tático, escalando também jogadores mais leves e habilidosos.
Perspectivas corintianas
Hoje, o torcedor do Corinthians já pode sonhar com o título paulista. Com uma base sólida, de jogadores do ano passado, que permaneceu no clube e um esquema tático amadurecido, o Timão segue como forte candidato. Mas, o que parece confirmar este palpite, é a possibilidade de que, no quadrangular final, Douglas, Morais, Dentinho e, claro, Ronaldo estejam finalmente em boa forma física. Este quarteto ofensivo corintiano não deverá nada a ninguém.
Dentinho
O camisa 31 do Corinthians, muito melhor do que o seu concorrente de posição, Jorge Henrique, foi o grande destaque do clássico e deve permanecer como titular.
quinta-feira, 19 de março de 2009
De novo, a hora de Mano
Mais uma vez Mano Menezes chega a um clássico com a obrigação de vencer. Nos maiores confrontos do ano, repetiu a postura tímida dos clássicos do ano passado. Ao menos conseguiu sair com dois empates – com até certo gosto de vitória.
A verdade é que o comandante corinthiano precisa mostrar uma audácia que o cacife para ser o técnico do centenário do clube de Parque São Jorge. Título este que deve ser almejado pela maioria dos principais treinadores do país.
Tirante os clássicos, Mano tem histórico acima da média no Corinthians. Mas os números podem mentir. Para o corinthiano o assunto ainda dói. Mas, vale lembrar, que no ano de 2008 a maioria dos adversários do Timão eram da série B. A título de ilustração, coloco abaixo os jogos que o treinador corinthiano disputou contra times pertencentes à Série A:
2008
20/05 Botafogo 2 x 1 Corinthians
28/05 Corinthians 2 x 1 Botafogo
2009
Apenas 4 vitórias em 14 jogos. Sendo que todos esses êxitos foram em casa. Neste ano, nenhuma vitória, mas também nenhuma derrota. Nos jogos da Copa do Brasil, todas as vitórias em casa foram “retribuídas” com derrotas nos campos adversários. Uma das 4 vitórias, diga-se, foi contra a Portuguesa, que meses depois voltou à série B.
Por essa ótica, o desempenho de Mano está muito aquém do esperado. Afinal, o campeonato deste ano, felizmente, será o da primeira divisão. Outro fator a perturbar Mano Menezes é o fato de a equipe ter vencido jogos apenas contra aqueles que frequentam as partes menos nobres da tabela do Paulistão. O adversário melhor posicionado que o Corinthians venceu foi o São Caetano, que ocupa a 9ª colocação.
É verdade que o Corinthians é o único time paulista invicto na temporada, mas, convenhamos, está longe de convencer a Fiel.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Nem São Paulo, nem Palmeiras: Santos!

Em meio à polêmica lançada neste blog, no texto abaixo, sobre se São Paulo ou Palmeiras deveriam dividir com o Corinthians o maior clássico do estado, o jornalista Celso Unzelte publicou na edição desta segunda-feira (16/03), do Jornal Diário do Comércio, uma matéria que diz muito a respeito.
O texto trata, em linhas gerais, da história do confronto entre o Corinthians e o Santos, apontando, claro, Pelé como o grande protagonista do clássico. Apesar da superioridade corintiana no panorama geral do embate, a matéria ressalta os impressionantes números do camisa 10 santista:
"Pelé enfrentou o Corinthians vestindo a camisa do Santos 50 vezes e marcou 50 gols. Exatamente um gol, em média, por partida. Com ele em campo, o Santos ganhou 24 clássicos (48%), empatou 17 (34%) e o Corinthians ganhou nove (18%)".
Mas, o que interessa aqui para a atual polêmica do blog é a seguinte declaração dada por Pelé, no ano passado, e relembrada na matéria por Celso Unzelte:
"Corinthians e Santos fazem o maior clássico do mundo."
sábado, 14 de março de 2009
O maior clássico paulista

quinta-feira, 12 de março de 2009
Corinthians de Ronaldo, ou Ronaldo do Corinthians?

Foi nesse clima que boa parte da torcida compareceu ao Pacaembu para ver o Fenômeno pela primeira vez na casa do Corinthians. É inegável que, para além do jogo do Corinthians, o principal atrativo era o camisa 9. No entanto, colocar a importância do craque sobre o Corinthians, não corresponde com a atitude usual que esta torcida adota: apoiar o time antes de qualquer coisa.
De onde assisti o jogo, na arquibancada laranja, pude observar um interessante “duelo”. Quando o placar passou a anunciar a escalação, as organizadas passaram a gritar mais forte (“Corinthians, Corinthians”), prevendo a reação que o restante do estádio teria com o nome de Ronaldo proferido pelo serviço de som do Paulo Machado de Carvalho. Em vão. O estádio veio abaixo quando o rosto do camisa 9 foi estampado no telão.
Quanto a isso, creio que seja uma reação natural e válida, já que há anos não tínhamos uma contratação desta importância. Ronaldo, não há como negar, é um ídolo nacional. Mas o que considerei um equívoco foi a ânsia com que a torcida do setor xingava jogadores que não passavam a bola para o atacante célebre. Mesmo quando não havia condições de realizar um passe para ele. “Toca pra ele, 6!”, dizia um que não conhecia o nosso volante Christian.
E o time, ao que me parece, cedia a essa histeria, direcionando a bola ao atacante a todo o tempo na primeira etapa.
Soma-se a isso a intolerância de boa parte da torcida com relação a Douglas, que ainda sofre as consequências da fome em Itumbiara. Mas cornetar o camisa 10 é um comportamento injusto e nefasto já que o meia corinthiano vem apresentando lampejos daquele futebol do ano passado. Douglas tem talento e sabe chutar, como já demonstrou, portanto não cabe a ele o mero papel de garçom, como querem alguns. Espero que as poucas vaias não o inibam.
Outro fator que me causou estranheza foi a presença de pessoas com camisetas de clubes em que Ronaldo atuou como Milan de Berlusconi e o Real Madrid dos franquistas, equipes sem qualquer identificação com o Corinthians.
Enfim, o jogo
Antes de completar um minuto de partida, a bola chegou aos pés de Ronaldo que chutou forte da entrada da grande área. O goleiro Luís espalmou. Parecia que seria uma noite infernal de Ronaldo. Entretanto, o atacante perdeu algumas bolas e desperdiçou um gol, como não é de seu feitio.
Aos 7 minutos, em tabela com André Santos, Ronaldo ficou livre para marcar. “Agora ele dá aquela cavadinha e pronto”, pensei. Nada. Chute fraco e rasteiro nas mãos do arqueiro do São Caetano. Como de costume, a equipe do ABC começou a dar trabalho ao Corinthians e tomou as rédeas do jogo. Até que aos 21, Marcelo cabeceou para dentro da meta do instável Felipe.
A torcida fez aquilo que impressionara Ronaldo contra o Palmeiras, segundo o próprio: gritou ainda mais forte na adversidade. Aos 35, André Santos, contrariando alguns torcedores, não passou a bola para Ronaldo, mas arriscou de fora da área, anotando o gol mais bonito da chuvosa noite no Pacaembu. Com o tento, o lateral se redimiu da partida pífia que vinha fazendo.
O São Caetano continuava melhor que o Corinthians. Felizmente veio o intervalo. Com Dentinho no lugar de Boquita, o Corinthians voltou melhor. Aos 5 minutos, Ronaldo, do Corinthians, mostrou que não precisa estar em forma para ser decisivo. Em bola difícil, tocou de primeira para a rede. Para ele pareceu fácil.
O atacante ainda propiciou momentos de deleite para a Fiel. Com técnica acima da média do futebol brasileiro, o atacante humilhou um defensor do São Caetano no meio-de-campo e, melhor ainda, encerrou a jogada com um belo lançamento para Jorge Henrique. Ronaldo saiu aos 30 do segundo tempo, surpreendendo aqueles que esperavam apenas 45 minutos de Fenômeno. Foi aplaudido efusivamente por todos os setores do estádio. Por ser quem ele é e por ter virado o jogo para o Corinthians.
terça-feira, 10 de março de 2009
segunda-feira, 9 de março de 2009
A magia romântica de Ronaldo

sexta-feira, 6 de março de 2009
Agora sim: é dia 8!

O “dia
Tenho família em Prudente, morei lá por um tempo, e posso afirmar categoricamente: o calor de lá é insuportável. Itumbiara ou o CT de Itaquera ficam no chinelo quando o assunto é temperatura. Os relatos que vêm do Oeste Paulista asseguram: no domingo a temperatura deve circundar os 35 graus. Se os torcedores que irão ao Prudentão, que leva o odioso nome de José Eduardo Farah, sofrerão com a temperatura, certamente os jogadores a sentirão ainda mais. Nada positivo para quem espera ver um Ronaldo voando em campo.
Sob essas condições, aproveitando a sessão de “pitacos” inaugurada pelo Felipe, arrisco minhas sugestões para o clássico.
Palpitando
Primeiro, Ronaldo só no segundo tempo. Sei que a ansiedade para ver o atacante em um jogo importante é imensa. No entanto, pelo que foi mostrado em Itumbiara, ele não está pronto para atuar nos primeiros 45 minutos. Não que eu esteja descontente com a primeira atuação dele. Como disse o Felipe, jogou mais que os nossos dois titulares da frente. Sem dúvida, em dois lances ele demonstrou o potencial do antigo Ronaldo, mas numa versão mais idosa e obesa. Porém, acredito que a entrada dele nos primeiros minutos do segundo tempo seria mais vantajosa. Já que ele enfrentaria um adversário já desgastado e, às 17 horas, o calor tende a amenizar, um pouco.
No ataque, o time deveria começar com Dentinho e Otacílio, que corre mais que o nosso 9 na fase Fenômeno, com exagero e tudo. Sobre o time sugerido pelo companheiro Carrilho, Boquita de semi-volante, como no último jogo, não dá. Há grandes chances de o garoto, que demonstra talento, ser fritado se continuar fazendo essa função. Se bem que Túlio também não é uma grande opção para a posição. Aliás, Túlio dá vontade de chorar, como ele gosta. Já mostrou-se despreparado para clássicos e momentos decisivos.
Então, a minha escalação ideal seria: Felipe; Fabinho, Chicão, William e André Santos; Christian, Elias, Boquita e Douglas; Dentinho e Otacílo Neto.
Chegou a hora, Mano!
Sobre o nosso treinador, afirmo que desde 2005 não tínhamos um time, com padrão tático. Desde o ano passado, temos uma equipe sólida, com a escalação que a maioria dos corinthianos conhece de cor, do goleiro ao "ponta-esquerda". Sem dúvida esse mérito deve ser creditado ao Mano.
A questão levantada aqui neste blog é pertinente. Infelizmente o comandante alvi-negro tende a adotar uma estratégia mais defensiva e até covarde em alguns momentos decisivos, como na tragédia da Ilha do Retiro.
Vale lembrar que não ganhamos clássicos sob o comando de Mano Menezes. Aliás, a principal vitória dele foi contra o Botafogo, na semi-final da Copa do Brasil de 2008. Esperamos muito mais dele. Não restam dúvidas que, para crescer sua identificação com o Corinthians, ele deve ser mais agressivo nos momentos cruciais. Que assim seja no domingo.
Pitacos corintianos para o clássico contra o Palmeiras
A dois dias do confronto contra o Palmeiras, já sabemos que o camisa 9 corintiano entrará em campo. O que todos se perguntam é se Mano Menezes optará por escalá-lo como titular, ou se promoverá a sua entrada no decorrer da partida. Apesar de todas as adversidades enumeradas acima, entendo que Ronaldo deveria sair jogando desde o início. Na partida contra o Itumbiara, nos poucos 27 minutos em que esteve em campo, jogou melhor do que Jorge Henrique e Souza juntos. Este último, se não bastasse sua condição técnica limitada, se mostrou muito inseguro contra o time goiano, cometendo diversos erros infantis durante todo o tempo em que atuou.
Mano Menezes precisa rever a sua maneira de atuar nos momentos importantes à frente do Corinthians, como nas decisões e nos clássicos. O treinador dá a impressão de sentir o peso da responsabilidade nessas horas. Foi assim na final da Copa do Brasil, no ano passado, contra o Sport, quando optou por montar, antes do jogo, tal esquema de isolamento para a equipe, que esta teve de chegar disfarçada ao aeroporto e hospedar-se a quilômetros de distância do local da partida. Essa estratégia se revelou desastrada, terminando por apequenar o time do Corinthians. Também no recente clássico contra o São Paulo, o excessivamente cauteloso esquema tático adotado pelo comandante, com três zagueiros, possibilitou ao time reserva do Morumbi o domínio completo da partida.
Sugestão de escalação e esquema tático para o Corinthians contra o Palmeiras no próximo domingo:
______________Felipe________________
quinta-feira, 5 de março de 2009
A mística corintiana

segunda-feira, 2 de março de 2009
São Paulo e Corinthians em "Linha de passe", de Walter Salles

A cena mais representativa desta "perda de mão" está em "Diários de Motocicleta", uma saga do jovem Ernesto, o futuro revolucionário Che Guevara. Apesar das críticas que apontaram uma certa incoerência na estrutura narrativa do longa, tratou-se de contar, de forma equilibrada, uma aventura de meninos argentinos bem-nascidos e ávidos por um pouco de emoção, em viagem pela América Latina. Mas, claro, "o jogo só acaba quando termina". No clímax do filme, quando Ernestinho começa a se tornar Che, o asmático personagem, no dia de seu aniversário, arrisca-se heroicamente (para não dizer messianicamente) atravessando a nado o riacho de um leprosário peruano – que separa os sãos dos doentes –, embalado por uma trilha sonora de intenções "novelisticamente" dramáticas, para comemorar, do outro lado, o seu dia com os segregados.
Assim, quando fui assistir ao "Linha de passe", confesso que esperava deslizes parecidos. Ainda mais porque se tratava de uma história de um drama familiar na periferia de São Paulo: quatro irmãos e uma mãe grávida do quinto filho. Mas errei no meu prognóstico. O longa foi conduzido de maneira muito diferente da costumeira. Não há, na linguagem do filme, o sentimentalismo de sempre. Os personagens, ao contrário, são duros, incoerentes, humanos.
Porém, não se trata, aqui, de analisar as questões técnicas restritas à produção cinematográfica, mas sim a presença do futebol na trama do filme. E esta se deu de maneira precisa: O enredo, pode-se dizer, desenha alguns tensos momentos de contatos dos membros da acidentada família paulistana com o outro lado da sociedade, a classe média, as elites, no decorrer de suas trajetórias. Os personagens, desse modo, encontram pela frente a dura tarefa de forjar as suas sobrevivências e identidades em meio a uma composição social caótica e essencialmente contraditória. O futebol é, então, habilmente concebido como pano de fundo ilustrativo destas tensões. E, não por acaso, o clássico escolhido, para tanto, é São Paulo e Corinthians, times que, no imaginário futebolístico, representam tradicionalmente os contrastes riqueza/pobreza, elite/povo, ou, mais adequadamente neste caso, centro/periferia.
No aspecto do filme que enfatiza o futebol, a personagem central é certamente Cleusa, a mãe. Corintiana fanática, em muitos takes aparece no estádio, em meio à fiel torcida. Suas desventuras particulares, como a quinta gravidez e a constante ameaça de desemprego, são permeadas por um drama coletivo que ela personifica: a luta do Corinthians para não ser rebaixado à série B do Campeonato Brasileiro e o sofrimento de seus torcedores. Se partirmos do que aconteceu ao time do parque São Jorge ao final da competição, poderíamos ler, no desfecho do filme, a derrota das classes subalternas, representadas alegoricamente pela família paulistana em questão. Mas, é bom que nos lembremos que o jogo que aparece nas telas onde "Linha de passe" é exibido terminou com o placar de 0x1, gol de Betão, o que garante, ao contrário do que acontece na maioria das outras produções de Salles, um final de uma esperança apenas sugerida, e um belo filme.
domingo, 1 de março de 2009
Futebol e cidade: o Nacional Atlético Clube no jogo da história*
A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. Eduardo Galeano

A antiga estrada-de-ferro São Paulo Railway, depois Santos-Jundiaí, inaugurada em 1867 é parte fundamental da história da cidade e está diretamente ligada ao clube em questão. Sua implantação permitiu o rápido escoamento da produção cafeeira do interior do Estado e preparou o terreno para a futura industrialização da capital. A segunda metade do século 19 é, assim, marcada pelo desenvolvimento paulistano patrocinado pela pujante economia cafeeira, em muitas dimensões e com diversas consequências. No campo cultural, podemos mencionar a presença da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. No plano arquitetônico, a partir de concepções higienistas, destaca-se uma profunda urbanização da cidade.
Origem operária
No dia 16 de fevereiro de 1919, funcionários da São Paulo Railway organizaram um time de futebol com o nome e o apoio da própria companhia, que ficou conhecido pelas iniciais SPR. Nascia, assim, o futuro Nacional Atlético Clube. Ao lado de outros times de origem fabril, tais como o Juventus, o SPR representou uma oportunidade para setores menos favorecidos da sociedade – entre negros e operários – ocuparem espaço nas equipes de futebol, o que, de certa forma, popularizou a sua prática, até então um privilégio das elites.
O ano de 1938 foi fundamental para a trajetória da entidade. No dia 14 de maio inaugurou-se o seu estádio, com uma partida entre o SPR e o Corinthians. O jogo terminou com o placar de 2 a 1 para os visitantes. A arena da rua Comendador Souza recebeu o nome do uruguaio Nicolau Alayon, dirigente do time e um dos seus maiores entusiastas. Com capacidade para 11 mil pessoas, é a única no Brasil a homenagear um estrangeiro. O aparecimento de estádios na capital é emblemático para entendermos o sempre contraditório “jogo histórico”, em que, nesse caso, as trajetórias do futebol e da cidade se sobrepõem. Ou seja, ao passo que, com as crescentes industrialização e urbanização de São Paulo foram sendo construídos os estádios de clubes particulares (Morumbi, por exemplo) ou do poder público (Pacaembu), em áreas que se tornaram referencial para o desenvolvimento de grandes bairros residenciais, o espaço lúdico, palco dos campeonatos de várzea, por outro lado, sucumbia. Convém lembrar que no vale do ribeirão Pacaembu existiam muitos campos de várzea, os quais desapareceram com a construção do estádio municipal.
Profissionalização
Ainda no decorrer dos anos de 1930, clubes como Corinthians, Palmeiras e o próprio Nacional viveram o fenômeno da profissionalização do futebol. Ao mesmo tempo em que a cidade atravessava um processo “modernizador”, no qual o espaço urbano se afeiçoava cada vez mais à impessoalidade das relações financeiras, o futebol, antes praticado nas várzeas e animado pela simples alegria do jogo, foi gradualmente se aliando ao frio pragmatismo, se profissionalizando.
A concessão da São Paulo Railway terminou em 1946 e o clube foi rebatizado com o atual nome, Nacional Atlético Clube. Sua primeira partida com nome e uniformes novos foi um amistoso contra o Flamengo. Em um Pacaembu lotado, jogando o primeiro tempo como SPR e o segundo como Nacional, o time acabou perdendo por 4 a 2.