
por Felipe Carrilho
Segue, abaixo, uma lista de preços de ingressos para assistir aos jogos do Corinthians, de acordo com cada setor, retirada do site oficial do clube:
Arquibancada Pt Principal
R$ 30,00 (inteira) / R$ 15,00 (meia)
Arquibancada Amarela Pt 3
R$ 30,00 (inteira) / R$ 15,00 (meia)
Arquibancada Pt 21
R$ 30,00 (inteira) / R$ 15,00 (meia)
Tobogã
R$ 30,00 (inteira) / R$ 15,00 (meia)
Cadeira Especial Laranja
R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia)
Numerada descoberta
R$150,00 (inteira) / R$ 75,00 (meia)
Área VIP Corinthians
R$ 250,00 (inteira) / R$ 125,00 (meia)
Arquibancada Pt 22 - Visitante
R$ 30,00 (inteira) / R$ 15,00 (meia)
(grifos meus)
Quem frequenta o Pacaembu pode perceber, pela análise desta vil tabela de preços, que o setor especial laranja passou, em pouco tempo, do preço de R$ 40 a R$ 70 e, finalmente, aos extorsivos R$ 100, num aumento de 150%!!!
Além disso, os ingressos mais "baratos" (R$ 30) referem-se aos setores de visão e condições de acesso mais precárias. Quem já assistiu a um jogo do Corinthians do "tobogã", por exemplo, sabe que, apesar da empolgação dos torcedores, é uma batalha para conseguir entrar no estádio, as arquibancadas ficam atrás do gol e longe do campo, além de o setor estar sempre superlotado.
Como Renato Godoy mostrou, no texto abaixo, a majoração nos preços dos ingressos, por parte da diretoria do Corinthians, está intimamente relacionada a um processo de elitização do futebol desencadeado em nível federal, como preparativo para a Copa do Mundo de 2014.
Na direção do Corinthians, Luis Paulo Rosemberg e Mário Gobbi mostram-se muito afinados com tal política. Para o primeiro, "ou cobramos o preço que equilibra oferta e procura ou teremos filas, cambistas e violência". Já Gobbi é mais direto, beirando o cinismo: "O ingresso está caro? Está barato. Aliás, está muito barato. O futebol é muito caro".
O que se pode notar pela análise das declarações dos dirigentes corintianos é a adequação da política do clube a uma lógica econômica perversa, que considera o Corinthians uma empresa ("preço que equilibra oferta e procura...") e condiciona a solução de problemas sociais ao implemento de uma gestão eficiente ("...ou teremos filas, cambistas e violência").
É lamentável que a diretoria do Corinthians pense desta maneira, pois não há nada menos corintiano do que a fria racionalidade do capital. O Corinthians construiu a sua identidade relacionando-se com os setores marginalizados de nossa sociedade e, por isso, representa simbolicamente a resistência destes.
Além disso, não podemos nos esquecer que foi durante o período de 23 anos "de fila" que a torcida do Corinthians mais cresceu. Fatos como este distanciam o corintiano da ideia de "consumidor de futebol", pois mostram que a lógica de sua existência é a da paixão incondicional e da dedicação gratuita.
Assim, a atual diretoria, ao priorizar a conquista de títulos à custa da retalhação de nosso manto sagrado por bancos e multinacionais e da espoliação da nação corintiana, atua como uma espécie de negativo da alma do clube.
Perfeito, bicho. Estamos com um patamar de preços ridículos e a diretoria adota cada vez mais um discurso que até então era restrito ao time do choque de gestão, da eficiência...Patético, dá vergonha. Agora, se justificaram, como têm feito, falando que é caro manter Ronaldo, criarei a campanha "Volta, Finazzi!" - com exagero e tudo.
ResponderExcluirSempre me preocupei com esse excesso de marketing no Timão. É ótimo ter Ronaldo jogando por nós? Claro que é, mas, nos bem lembrados 23 anos sem títulos de expressão, a torcida cresceu como nenhuma outra. O Corinthians traz a marca da paixão. O marketing excessivo pode apagar essa paixão, formando uma geração de torcedores frios, quase robóticos. Parabéns Irmão, mais um show de consciência e competência.
ResponderExcluirMuito obrigado, Irmão. Você sabe que consciência e competência são atributos dos negros, como nós. rsrs
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