terça-feira, 5 de maio de 2009

Vice


por Rui de Castro


O que leva um time ao vice-campeonato? O que faz um time percorrer toda uma competição, derrotando vários adversários pelo caminho, e perder exatamente a partida que não se pode perder? A resposta pode estar numa conversa informal, que presenciei entre dois torcedores, numa lanchonete da capital paulista, às vésperas de uma decisão.

Vila Belmiro, 26 de abril de 2009. A cidade de Santos recebe os dois finalistas do Campeonato Paulista de 2009. De um lado os anfitriões, o Santos Futebol Clube, do outro, o visitante Sport Club Corinthians Paulista.

Muitos poderiam imaginar que o visitante iria apenas se defender na casa do adversário, mas o Corinthians foi além, atacando muito e conseguindo a expressiva vitória por 3x1, na presença do rei Pelé e tudo.

Ainda que o Santos manifestasse, através do seu técnico e dos jogadores, uma reação para a próxima, e decisiva, partida, o time do parque São Jorge havia dado um passo importantíssimo para mais um título paulista.

O que restava ao Santos? O que restava a um time que se classificou apenas na última partida, diante da Ponte Preta, de forma bastante questionável? O que restava ao time de um técnico que na semifinal colocou um jogador, aparentemente apenas para provocar o adversário (Domingos X Diego Souza, lembram-se?), esquecendo-se talvez que jogadores jogam, lutadores lutam? O que restava ao Santos contra o invicto Corinthians?

Voltemos à lanchonete e à conversa dos dois santistas. Eles, já sem esperança alguma, declararam que seria impossível ao Santos reverter a vantagem corinthiana, mas queriam uma vitória apenas para “carimbar” a faixa do campeão.
Essa mentalidade pequena e típica dos perdedores deve ter tomado conta da Vila Belmiro, ainda que não o admitissem. O técnico Vagner Mancini demonstrou não ter o principal para se dirigir um grande time: uma grande mentalidade, o popular “pensar grande”. O modo como o Santos se abateu, após o gol de empate do Corinthians, mostrou isso.

O diálogo na tal lanchonete ilustrou bem o que talvez tenha sido o único objetivo dos alvinegros praianos no estádio Paulo Machado de Carvalho, no último domingo, o histórico 3 de maio. Como terminou essa história? O Corinthians conquistou merecidamente o seu 26º título paulista e ao Santos restou o vice, talvez de forma imerecida. Seria mais digno ter enfrentado a lusinha.

6 comentários:

  1. Discordo de quase tudo:

    - "Muitos poderiam imaginar que o visitante iria apenas se defender na casa do adversário, mas o Corinthians foi além, atacando muito e conseguindo a expressiva vitória por 3x1".

    Atacando muito? O Santos perdeu inúmeras chances de gol e o Corinthians deu apenas três finalizações certas. Teve mais competência e por isso mereceu a vitória. Daí a dizer que "atacou muito" é exagero.

    - "O que restava ao time de um técnico que na semifinal colocou um jogador, aparentemente apenas para provocar o adversário (Domingos X Diego Souza, lembram-se?), esquecendo-se talvez que jogadores jogam, lutadores lutam?"

    Desculpe, mas o Domingos não bateu em ninguém. Quem agrediu foi o Diego Souza. Aliás, o Ronaldo não ganhou sequer uma disputa de bola com o zagueiro (quatro no total), e a falta que tomou dele não é cartão amarelo nem aqui nem alhures. Dizer que Mancini "mandou" o defensor provocar é especular, como fez Luxemburgo. Aliás, nossa, nenhum jogador provoca ninguém no gramado né? Christian que diga isso pro Neymar... Não só provocou como socou o avante no jogo do primeiro turno. Cartão pra ele?

    - "Essa mentalidade pequena e típica dos perdedores deve ter tomado conta da Vila Belmiro, ainda que não o admitissem. "

    Bom, se "carimbar" a faixa fosse o objetivo santista, acho que o time não se abateria após o gol de empate. A meta era ser campeão e o abatimento depois do tento de empate foi justamente por causa disso.

    - "técnico Vagner Mancini demonstrou não ter o principal para se dirigir um grande time: uma grande mentalidade, o popular “pensar grande”".

    Puxa, por esse tipo de julgamento, Mano Menezes deveria ter sido demitido do Corinthians depois da derrota para o Sport na Copa do Brasil. Porque jogou como equipe pequena, recuado, com medo, diante de um rival bem menos tradicional. Acho que não é por esse tipo de pensamento, nem por um jogo, que se faz uma avaliação.

    Enfim, apesar do post clubístico e feito de uma forma que evidencia que um mau vencedor é muito pior que um mau perdedor, parabéns pelo blogue.

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  2. Como ficam mau humorados os perdedores.

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  3. Aproveitando, gostaria de entender melhor o termo "Mau vencedor". Existe isso? Se vencemos é porque somos melhores em alguma coisa, ao contrário do que diz, nunca vi ninguém ganhar fazendo o pior. Desculpe-me nobre torcedor perdedor, mas infelizmente o Sr. Mancini pensou pequeno, agiu pequeno e perdeu grande. Podem até ter derrotado meu Palmeiras, mas mostramos que não somos pequenos e se essa foi a intenção, ou melhor, a única opção que o Sr. Mancini tinha, tirar o melhor jogador em campo e não apenas anulá-lo de forma futebolística, mais uma vez peço perdão, o glorioso Santos não chegará a lugar algum no Brasileirão, talvez apenas lute para não ser rebaixado ou ficar entre os participantes da Sulamericana. Um abraço a todos.

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  4. Anônimo, mais argumentos - ou contra-argumentos - e menos dodói, esse sim típico de perdedor que só sabe adjetivar.

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  5. Glauco, você ainda não fez nenhum comentário sobre o grande lance do grande zagueiro da Ponte Preta, Jean, que gerou a "QUESTIONÁVEL" classificação do Santos, do técnico vagner mancini. Tudo o que falei, é claro, é opinião minha, ou quase tudo. Gostaria que meu texto também demonstrasse o quanto fico triste em ver um time como o glorioso Santos Futebol Clube, que é grande, investir pouco e permitir a permanência de um técnico típico do Paulista (de Jundiaí) e não do Santos. O futebol perde com isso. Vocês já tiveram Edson Arantes do Nascimento e não podem se contentar com pouco. Cuidado para o Marcelo Teixeira não se transformar em um Dualib praiano. Pessoas como eles só fazem mal ao futebol e a nossos times. No mais a mais, o Jabaquara é um time bem simpático, pô. Abraços.

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  6. Glauco, concordo com alguma de suas críticas, principalmente sobre a postura defensiva que o Corinthians adotou nos dois jogos. Defensiva, mas não covarde. Rui, discordo dessa opinião sobre o Mancini. Acredito que ele desponta como um bom técnico, de uma boa safra que é liderada por Mano Menezes e Adílson Batista. Agora, Glauco, fosse eu santista, cobraria do meu time uma postura mais digna após tomar o gol. Eu quereria, sim, carimbar a faixa do principal rival. Seria o famoso "morrer de pé".
    Abraços

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